Atualmente, cerca de 75% das unidades da Raia e Drogasil contam com o abastecimento feito por meio de geração distribuída, com fontes como energia solar, fontes hídricas e biogás
Com uma média de uma nova farmácia aberta por dia, a RD Saúde, dona das bandeiras Raia e Drogasil, tem investido na transição energética de sua operação. A meta é ambiciosa: chegar a 100% das unidades até 2025.
Há cinco anos, a RD Saúde fechou uma parceria com a Engie para utilização de energia limpa por meio da geração distribuída, que segue até hoje. Atualmente, são 2.240 filiais Raia e Drogasil de 16 estados abastecidas por 54 usinas espalhadas pelo país – 77% são de fonte solar, 16% de biogás e 8% de fontes hídricas. O número equivale a 75% das cerca de 3.000 lojas da rede. Em breve, serão abastecidas por estas fontes 2.714 filiais em 22 estados, por 72 usinas.
A meta, no entanto, é que o modelo de energia limpa seja aplicado em 100% das unidades da rede, diz Milton Alvim, diretor de patrimônio da RD Saúde. Em 2024 e 2025, a estimativa é abrir de 280 a 300 lojas por ano.
A partir de maio, as lojas das duas marcas passarão a contar com uma nova identidade visual, preservando as duas marcas, mas com a inclusão da RD Saúde.
Lojas sustentáveis
A ideia da transição energética surgiu em 2014, durante uma reunião, quando parte da equipe discutia novos modelos construtivos e maneiras de tornar as lojas sustentáveis, com a adoção de recursos como reuso de água e adoção de iluminação led.
As unidades passaram por ajustes, ganharam lâmpadas mais econômicas e novos aparelhos de ar-condicionado, quando surgiu a ideia de adotar placas solares. O projeto-piloto foi feito em unidades de Minas Gerais. O resultado foi satisfatório e a iniciativa ganhou corpo.
“No meio do projeto-piloto, quando tínhamos por volta de 1.800 lojas, os projetos de geração distribuída foram liberados no Brasil. Com isso, não precisaria ter nos pontos de consumo a geração de energia. Em 2015, foi assinado o primeiro contrato, com a construção da primeira usina solar, ainda em Minas [região coberta pela Cemig]”, relata Alvim.
Sob medida
João Pínola, diretor Comercial e de Operações da Engie Soluções, lembra que a RD mostrou interesse em ter usinas para prover a sua demanda, não apenas na aquisição. A Engie passou a atuar como consultora para desenvolver algumas possibilidades de solução para a companhia.
Contratos desse tipo, explica o executivo, permitem uma série de combinações de negócios. Os projetos podem pertencer total ou parcialmente aos clientes ou a Engie pode ser a geradora de energia. Outra característica é a variedade de fontes de energia, como solar e eólica.
“No Brasil, nos últimos dez anos, vemos uma mudança de cultura. As empresas hoje querem investir no que é core, com a terceirização das demais áreas. E o nosso core é construir as usinas sob medida para os clientes, que pagam pela utilização”, explica o executivo da Engie, que tem uma expectativa muito boa de crescimento da área.
Alguns números da RD Saúde
• Número de unidades: cerca de 3.000 farmácias.
• Número de funcionários: 57,7 mil funcionários.
• Lucro líquido/faturamento: lucro líquido ajustado de R$ 1,1 bilhão, com crescimento de 11,4% (ano inteiro de 2022 vs o ano de 2023).
• Crescimento no último ano: a participação nacional atingiu 16,1% no 4T23, aumento de 0,9 pp (vs 4T22) e ganho em todas as regiões.
• Ao se considerar a expansão, desde a fusão, a RD Saúde multiplicou o número de farmácias em 4x.
Para saber mais, acesse: https://exame.com/esg/com-engie-rd-saude-acelera-projeto-de-energia-renovavel-e-mira-100-das-lojas/